CARTA ABERTA ÀS OVELHAS DO APRISCO DA ASSEMBLEIA DE DEUS DE
IMPERATRIZ/MA
Prezados irmãos e irmãs em Cristo, “E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.” (João
8:32)
Nós, nos apresentamos como uma voz imparcial e comprometida com a transparência e a
verdade. Nossa missão é zelar pela boa gestão das igrejas evangélicas de Imperatriz/MA,
expondo irregularidades, ilegalidades e imoralidades que possam comprometer a integridade
da obra de Deus.
Esta carta aberta é um chamado à reflexão e à ação. Não se trata de uma acusação leviana ou
de uma busca por conflitos, mas de um alerta necessário diante das inúmeras denúncias e
evidências de má gestão na Assembleia de Deus de Imperatriz, liderada há décadas pelo Pastor
Raul Cavalcante Batista e sua família.
Infelizmente, temos testemunhado práticas que contrariam os princípios bíblicos de
honestidade, justiça e serviço. Entre as principais denúncias estão: a má administração de
recursos oriundos de dízimos e ofertas, o favorecimento de familiares, o uso indevido do
patrimônio da Igreja, e manobras para perpetuar o poder, prejudicando a congregação e sua
missão evangelizadora.
É inadmissível que o dinheiro sagrado, fruto do sacrifício de irmãos e irmãs, seja utilizado de
forma irresponsável e que as lideranças locais se omitam diante de tamanhas atrocidades. Por
isso, clamamos pela atuação do Ministério Público e de outras autoridades competentes, para
que investiguem profundamente todos os fatos relatados nesta carta.
Nosso compromisso é com a verdade e a transparência, sempre buscando a edificação do corpo
de Cristo. Que esta carta seja um instrumento de conscientização e uma convocação para que
os crentes de Imperatriz, unidos pela fé, possam exigir justiça, renovação e responsabilidade na
administração da Igreja Assembleia de Deus de Imperatriz.
É com grande pesar e profundo senso de responsabilidade que nos dirigimos a todos vocês para
trazer à tona questões graves que têm assolado a nossa amada Assembleia de Deus de
Imperatriz/MA. A liderança do Pastor Raul Cavalcante Batista, que já se estende por mais de
três décadas, tem sido marcada por práticas que, infelizmente, colocam em risco a integridade,
a transparência e o propósito da obra de Deus.
Os evangélicos de Imperatriz e do Brasil precisam conhecer os fatos que têm sido
negligenciados e silenciados. Nosso compromisso é com a verdade e com a defesa dos
princípios bíblicos que regem a Igreja de Cristo.
1. A INTERFERÊNCIA DA FAMÍLIA BATISTA NA GESTÃO DA IGREJA
Um dos maiores problemas enfrentados por nossa igreja é a influência desmedida da família do
Pastor Raul, em especial sua esposa, Rute Ribeiro. Há décadas, ela tem ditado os rumos da
Assembleia de Deus em Imperatriz, agindo como a verdadeira líder por trás das decisões.
A família Batista – composta por Rute, seus filhos Romeu, Bibiu, Ricarley e Raulzinho – formou
um núcleo de poder que age como o verdadeiro “primeiro conselho de ministros”. Eles definem
os benefícios e privilégios dos pastores congregacionais, favorecendo os que pertencem à
chamada “primeira classe”, enquanto relegam outros, muitas vezes mais humildes, ao
esquecimento. Essa divisão interna fere o princípio bíblico de igualdade no corpo de Cristo.
2. O ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DA FAMÍLIA
Outro ponto alarmante é o impressionante patrimônio acumulado pela família do Pastor Raul.
A esposa do Pastor Raul, missionária Rute Ribeiro, que nunca exerceu trabalho remunerado,
possui um impressionante patrimônio imobiliário na cidade de Imperatriz. Imóveis, casas e
condomínios estão registrados em seu nome, enquanto não há explicação plausível para a
origem de tantos bens. Como ela adquiriu tantas propriedades?
Da mesma forma, os filhos do Pastor Raul, que também nunca trabalharam fora da estrutura da
igreja, ostentam propriedades valiosas, incluindo chácaras, condomínios e casas no Maranhão
e no Tocantins. É de se questionar como eles adquiriram esse patrimônio sem uma fonte de
renda clara.
O caso do Pastor Ricarley, líder da Congregação Jerusalém, é particularmente preocupante.
Seus bens incluem imóveis, carros de luxo e viagens a destinos paradisíacos – tudo incompatível
com a renda de um pastor dedicado à obra. E que explicação há para o patrimônio acumulado
por Raulzinho e Bibiu, que, apesar de nunca terem trabalhado, possuem um estilo de vida
invejável?
O filho Romeu, conhecido por sua postura rebelde, também é proprietário de várias casas de
aluguel em Imperatriz e, agora, tenta até mesmo apropriar-se de um pedaço da Assembleia de
Deus de Imperatriz, em total desrespeito à vontade de seu próprio pai e à congregação.
3. A OMISSÃO DO PASTOR RAUL E A NECESSIDADE DE INVESTIGAÇÃO
O Pastor Raul, ao longo de seu mandato, tem permitido que a igreja seja manipulada por
interesses familiares e pessoais, ao invés de guiada pela Palavra de Deus. Sua omissão diante
das práticas de enriquecimento ilícito e o favorecimento de certos pastores em detrimento de
outros criaram um ambiente de injustiça e descrédito.
É hora de o Ministério Público e as autoridades competentes iniciarem uma investigação
profunda sobre os recursos financeiros da Assembleia de Deus de Imperatriz e sobre o
patrimônio acumulado pela família Batista. Os membros da igreja precisam exigir uma
prestação de contas rigorosa e transparente, pois a obra de Deus não pode ser manchada por
desmandos e imoralidades.
4. A CAPACIDADE DE ARRECADAÇÃO E A DESTINAÇÃO SUSPEITA DOS
RECURSOS
Antes da emancipação dos campos, a Assembleia de Deus de Imperatriz possuía uma
impressionante capacidade de arrecadação, com receitas na ordem de R$ 2 milhões mensais
provenientes de dízimos e ofertas, especialmente as missionárias destinadas à Secretaria de
Missões (SEMADI).
Com esses recursos, foram adquiridos diversos imóveis e terrenos que, ao invés de serem
registrados em nome da Igreja, estão no nome de parentes do Pastor Raul. Essa prática levanta
sérias suspeitas de irregularidades, uma vez que os bens da Igreja deveriam ser exclusivamente
voltados para a obra de Deus e não para enriquecer indivíduos ou famílias.
Além dos filhos do Pastor Raul, outros parentes, como sobrinhos, cunhados e irmãos, também
se beneficiam diretamente dos recursos da Igreja. Esse favorecimento sistemático cria uma
estrutura de privilégios incompatível com os valores cristãos, além de desviar os recursos que
deveriam estar sendo utilizados para missões e auxílio às congregações mais humildes.
5. O USO INDEVIDO DO CARTÃO CORPORATIVO DA IGREJA
Outro grave problema é o uso indevido do cartão corporativo da Assembleia de Deus de
Imperatriz pelo Pastor Raul e sua família. Este cartão, destinado a despesas relacionadas à obra
de evangelização, tem sido usado para gastos supérfluos e irresponsáveis, sem qualquer relação
com as atividades ministeriais.
A malversação desses recursos, provenientes de dízimos e ofertas sagradas, é uma afronta ao
sacrifício feito pelos irmãos da congregação. Os gastos excessivos e sem justificativa clara
demonstram uma total falta de compromisso com a transparência e a boa administração dos
recursos da Igreja.
Diante disso, é imprescindível que:
a) A diretoria da Igreja e o conselho de ministros realizem uma auditoria detalhada sobre o uso
do cartão corporativo.
b) O Ministério Público conduza uma investigação profunda sobre a malversação de recursos.
c) Os membros da Igreja exijam explicações e medidas corretivas, para que a administração
seja pautada pela responsabilidade e pelo zelo cristão.
6. A TV E A RÁDIO DA IGREJA: BENS QUE NÃO PERTENCEM À IGREJA
Outro aspecto alarmante é a situação da TV da Assembleia de Deus de Imperatriz e da Rádio
FM Esperança, ambas adquiridas com muito esforço e sacrifício por parte da congregação.
Irmãos de todas as classes sociais contribuíram para essa aquisição, oferecendo recursos
financeiros e até mesmo realizando ações como a venda de bolos, picolés e outros alimentos
para arrecadar dinheiro.
Apesar de todo esse esforço coletivo, hoje esses dois importantes canais de comunicação, que
deveriam ser instrumentos para a evangelização e a propagação da Palavra de Deus, não estão
registrados em nome da Assembleia de Deus de Imperatriz. Em vez disso, estão em nome de
terceiros que nada têm a ver com a diretoria da Igreja.
Esses canais de comunicação não geram retorno financeiro para a Igreja, sendo apenas fontes
de despesas. O que mais preocupa é a falta de transparência sobre sua administração: Quem
administra a TV e a Rádio? Para onde vão os recursos gerados pelas atividades dessas
emissoras? Por que esses bens não estão registrados em nome da Assembleia de Deus de
Imperatriz?
Os membros da Igreja, que sacrificaram tempo e recursos para tornar possível a compra desses
meios de comunicação, merecem respostas claras. Essa situação precisa ser corrigida
urgentemente, pois é inadmissível que algo construído com esforço coletivo esteja fora do
controle da Igreja.
7. A AQUISIÇÃO E O DESAPARECIMENTO DE TERRENOS E CHÁCARAS
Uma das questões mais alarmantes envolve a aquisição de grandes quantidades de terrenos e
chácaras pela Assembleia de Deus de Imperatriz ao longo dos anos. Esses bens foram
comprados com os recursos da Igreja, fruto de dízimos e ofertas, e tinham como objetivo
ampliar o patrimônio da instituição e servir à obra de Deus.
No entanto, esses terrenos e chácaras, que antes constavam no rol de bens da Assembleia de
Deus de Imperatriz, agora desapareceram dos registros. Não há transparência sobre:
a) Onde estão os terrenos e as chácaras?
b) Por que foram vendidos sem passar pelo crivo do Conselho de Ministros da Assembleia de
Deus de Imperatriz?
c) Quem tomou a decisão de alienar esses bens, e para onde foi o dinheiro das vendas?
Essas transações foram realizadas de maneira obscura, sem a devida autorização ou consulta
aos órgãos competentes da Igreja, violando os princípios de responsabilidade e prestação de
contas. É inaceitável que bens adquiridos com o sacrifício da congregação sejam negociados de
forma tão questionável, comprometendo a confiança dos membros.
8. A VENDA SUSPEITA DE VEÍCULOS DA IGREJA
Ao longo dos anos, a Assembleia de Deus de Imperatriz adquiriu diversos veículos com
recursos oriundos de dízimos e ofertas da congregação, veículos esses que deveriam servir à
obra missionária e à logística da Igreja. No entanto, muitos desses veículos foram
comercializados de maneira obscura, sendo vendidos a valores irrisórios, especialmente para os
filhos do Pastor Raul.
Essas transações levantam os seguintes questionamentos:
a) Por que os veículos foram vendidos por valores tão baixos, desvalorizando o patrimônio da
Igreja?
b) Por que o Conselho de Ministros não foi informado ou consultado sobre essas vendas?
c) Quem se beneficiou diretamente dessas transações, e onde estão os recursos obtidos?
Esses veículos, que eram um ativo importante para as atividades ministeriais, agora estão fora
do patrimônio da Igreja, privando a instituição de recursos essenciais para sua operação. A falta
de fiscalização e transparência nesse processo é uma grave falha administrativa que precisa ser
corrigida.
9. A GESTÃO QUESTIONÁVEL DA SECRETARIA DE MISSÕES (SEMAD) PELO
EVANGELISTA RAMOS
Outro ponto que exige atenção urgente é a gestão da Secretaria de Missões da Assembleia de
Deus de Imperatriz (SEMADI) pelo Evangelista Ramos, que ocupa o cargo de líder dessa
importante secretaria há várias décadas.
A SEMADI, uma das áreas mais importantes da Igreja, arrecada milhões de reais por mês e
dezenas de milhões por ano por meio de ofertas missionárias feitas com grande sacrifício pela
congregação. No entanto, surgem as seguintes perguntas que precisam ser respondidas:
a) Para onde está indo o dinheiro arrecadado pela SEMADI?
b) Por que o Evangelista Ramos permanece à frente dessa secretaria por tanto tempo, sem
permitir uma renovação na liderança?
c) Com o que o Ramos trabalha?
d) Qual é sua fonte de renda fora da Igreja?
e) Por que a família do Ramos, assim como a do Pastor Raul, é tão bem-sucedida
financeiramente?
f) De onde vem a riqueza da família do Evangelista Ramos?
A falta de prestação de contas detalhada sobre os recursos administrados pela SEMADI, somada
ao padrão de vida elevado do Evangelista Ramos e de sua família, levanta sérias dúvidas sobre
a administração desses recursos e a destinação das ofertas feitas pela congregação.
A liderança vitalícia do Ramos à frente da SEMADI é inaceitável em uma instituição que preza
pela transparência e pela renovação de seus quadros. A perpetuação de uma única pessoa no
comando de um órgão tão importante fere os princípios de rotatividade e prestação de contas,
indispensáveis para garantir a confiança dos membros.
É imprescindível que o Ministério Público, o Conselho de Ministros e outros órgãos
competentes investiguem profundamente as finanças da SEMADI, a liderança do Evangelista
Ramos e a origem da riqueza acumulada por sua família.
10. O ESCÂNDALO DAS MADEIRAS DOADAS À IGREJA
Outro fato gravíssimo diz respeito às madeiras doadas à Assembleia de Deus de Imperatriz, que
deveriam ser utilizadas exclusivamente para a construção de congregações no campo de
Imperatriz. Essas doações, feitas pelo IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis, com o propósito de auxiliar na expansão do Evangelho, tiveram
um destino completamente inadequado.
O filho do Pastor Raul, conhecido como Raulzinho, desviou essas madeiras para fins
comerciais, vendendo-as para terceiros ao invés de utilizá-las nas construções da Igreja. Esse
desvio resultou na abertura de uma investigação pelo IBAMA, que busca esclarecer o paradeiro
das madeiras e o motivo de seu uso indevido.
Diante dessa situação, o Pastor Raul manteve-se omisso e calado, sem repreender ou tomar
qualquer medida contra o comportamento de seu filho. Essa postura não condiz com o papel de
um líder cristão, que deve zelar pela ética, pela justiça e pelo bom testemunho.
11. AS MANOBRAS IMORAIS PARA SE PERPETUAR NO COMANDO DA IEADI
Uma das atitudes mais graves e que demonstra a falta de compromisso do Pastor Raul com os
princípios da liderança cristã é sua insistência em se perpetuar no comando da Assembleia de
Deus de Imperatriz, mesmo contra a vontade da maioria da congregação.
Durante seu mandato, o Pastor Raul eliminou toda a oposição dentro do Ministério, jubilando
compulsoriamente pastores que completaram 65 anos, sob o argumento de que estavam “velhos
demais” para o serviço ministerial. Essa prática foi usada para enfraquecer qualquer resistência
à sua liderança.
No entanto, o próprio Pastor Raul, que havia assumido um compromisso público de também se
jubilar aos 65 anos, manobrou de forma imoral para alterar o estatuto da Igreja. Pouco antes de
atingir essa idade, ele elevou o limite de jubilação compulsória para 75 anos, garantindo assim
sua permanência no cargo por mais uma década.
Essa mudança estatutária foi feita em total desrespeito àqueles que acreditavam no
compromisso assumido pelo Pastor Raul. Sua atitude demonstra uma busca por poder e
controle, ignorando o desejo da maioria do povo da Assembleia de Deus e ferindo os princípios
de humildade e serviço que devem guiar qualquer líder cristão.
12. UM CHAMADO À RENOVAÇÃO E À JUSTIÇA
A Assembleia de Deus de Imperatriz não pertence a uma família, mas a Deus. Chegou o
momento de dizer basta a essas práticas que comprometem a nossa fé e o nosso testemunho. É
urgente que nos unamos em oração e ação, clamando por renovação na liderança e por justiça
para todos os membros da congregação.
Quem se levantará para colocar um fim nos desmandos da família Ribeiro e Batista?
Quem estará disposto a defender os valores cristãos e a restaurar a integridade da igreja?
Apelo a cada membro da Assembleia de Deus de Imperatriz: não se calem diante dessas
injustiças. É nosso dever como servos de Deus lutar pela verdade, pela transparência e pela
pureza na gestão de Sua obra.
Que Deus nos dê força e coragem para agir, sempre com amor e em conformidade com a Sua
Palavra.
“Pois nada podemos contra a verdade, mas somente em favor da verdade.” (2 Coríntios 13:8)